quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Oficina: JOGOS

Universidade Federal de Minas Gerais
Disciplina: As interfaces do ensino-aprendizagem da língua escrita.
Professora: Mauricéia Silva de Paula Vieira
Alunas: Aline Peixoto, Ana Paula, Paula Menezes e Suryam
Turma: M/N

JOGOS

Importância das atividades lúdicas no contexto educacional

Na Educação muitas vezes relacionamos jogos e brincadeiras como algo para o aluno fazer em casa, no recreio e/ou nas aulas de Educação Física. Culturalmente somos programados para não sermos lúdicos. Entretanto, as ações educativas desenvolvidas por meio de jogos e de brincadeiras possibilitam à criança a apropriação da realidade, expressão de fantasias, desejos, medos, sentimentos, sexualidade e agressividade. Assim, os jogos e as brincadeiras podem ser entendidos como situações-problema, entendendo que problema é toda situação na qual seja solicitado que as crianças ponham em jogo o que sabem para lidar com novos desafios na busca de respostas.(Proposições Curriculares Ensino Fundamental,2009,p.21)
“(...) o jogo pede superação de obstáculos, persistência e espírito lúdico; exige concentração, organização, disciplina, envolvimento, participação e cooperação. Por permitir que a criança tematize sobre suas produções durante cada partida, investigue sobre as ações mais favoráveis para vencer, analise seus erros e corrija suas ações, o jogo acaba por promover um conjunto de atitudes mais favoráveis à aprendizagem, uma melhor auto estima e autoconfiança.” (TORRES, 2003)
O papel dos jogos na formação da criança

Para que a criança do 1° Ciclo seja capaz de reconstruir operações mentais, é necessário, primeiramente, que concretize a operação por meio de ações, nas quais ela operará por semelhanças, correspondências entre formas, descobrindo vínculos entre elementos.
Os jogos em grupo têm importante papel no desenvolvimento da autonomia, da capacidade de descentrar-se e coordenar diferentes pontos de vista, na expressão de idéias e no estabelecimento das relações entre as coisas. Sendo assim, a brincadeira e o jogo tornam-se um recurso privilegiado de desenvolvimento da criança, oportunizando a cooperação espontânea, uns ajudam os outros e o professor ajuda a todos, atuando na zona de desenvolvimento proximal para promover avanços na aprendizagem individual e coletiva.
As atividades lúdicas fazem parte da vida do ser humano e, em especial, da vida da criança, desde o início da humanidade. Entretanto essas atividades, por muitos séculos, foram vistas como sendo sem importância e tendo conotação pejorativa.
A criança, ao brincar, vai criando suas experiências, contribuindo e construindo conhecimentos acerca do mundo e do outro com quem se relaciona. Dessa forma, o brincar auxilia na constituição do indivíduo como sujeito, possibilitando que ele seja capaz de regular voluntariamente sua conduta, pois é pelo brincar que a criança se apropria das significações produzidas nas relações sociais, constituindo-se sujeito.

Desenvolvimentos adquiridos através das atividades lúdicas
Com as atividades lúdicas, espera-se que a criança:
Desenvolva a coordenação motora, a atenção, o movimento ritmado, conhecimento quanto à posição do corpo, direção a seguir;
Participe do desenvolvimento em seus aspectos biopsicológicos e sociais;
Desenvolva livremente a expressão corporal, que favorece a criatividade;

Papel do professor

Com a utilização desses recursos pedagógicos, o professor poderá utilizar-se, por exemplo, de jogos e brincadeiras em atividades de leitura ou escrita em matemática e outros conteúdos, devendo, no entanto, saber usar os recursos no momento oportuno, uma vez que as crianças desenvolvam o seu raciocínio e construam o seu conhecimento de forma descontraída. Apesar do jogo ser uma atividade espontâneas nas crianças, isso não significa que o professor não necessite ter uma atitude ativa sobre ela, inclusive, uma atitude de observação que lhe permitirá conhecer muito sobre as crianças com que trabalha. A criação de espaços e tempos para os jogos é uma das tarefas mais importantes do professor, principalmente na escola de educação infantil. Cabe-lhe organizar os espaços de modo a permitir as diferentes formas de jogos, de forma, por exemplo, que as crianças que estejam realizando um jogo mais sedentário não sejam atrapalhadas por aquelas que realizam uma atividade que exige mais mobilidade e expansão de movimentos. O professor precisa estar atento à idade e às capacidades de seus alunos para selecionar e deixar à disposição materiais adequados. O material deve ser suficiente tanto quanto à quantidade, como pela diversidade, pelo interesse que despertam pelo material de que são feitos. Lembrando sempre da importância de respeitar e propiciar elementos que favoreçam a criatividade das crianças.

JOGO ORTOGRÁFICO DOS 7 ERROS
Capacidades a serem desenvolvidas:
- Dominar as regularidades e irregularidades ortográficas.
- Aprendizagem para trabalhar em grupo e saber competir
- Trabalho com ortografia
- Trabalhar a escrita

Desenvolvimento

- Cada grupo receberá cartelas com palavras retiradas de um texto trabalhado (músicas, parlendas, poemas...), com enfoque nas necessidades pedagógicas da turma, sendo que em sete palavras deve-se encontrar erros tais como: omissão de letras, troca de letras, utilização de letras maiúsculas e minúsculas em lugares indevidos, etc.
- O grupo deverá encontrar as palavras com os sete erros e copiá-las no caderno corrigindo os mesmos. Pode ser feito um rodízio das cartelas entre os grupos para que todos participem dos desafios.
- O grupo marcará e corrigirá (reescrita) as palavras com grafia incorreta e no momento do “seminário ortográfico” explicará para turma onde está o erro e como se escreve corretamente as palavras.
Exemplo:
- Esse jogo pode ser realizado a partir de músicas infantis disponíveis no site: http\\ letras.terra.com.br\ temas-infantis\

1- Abertura do Ben 10
A istória comessou quando um relógio esquizito  Grudou no pulsso dele vindo lá do infinito Agora tem poderes e com eles fas bonito  É o Ben 10
Se acaso encontrá-lo você vai se admirar  Diante de seus olhos ele vai se transforma Em um ser alieníghena Que bota pra quebrar É o Ben 10
Com seus poderes vai combater Os inimigos e vai vencer Ele não foge de medo ou dor Moleke muito irado Seja onde for
É o Ben 10.

2- Alecrim
Alecrim, Alecrim dorado Que naceu no campo Sem ser cemeado  Alecrim, Alecrim dorado Que naceu no campo  Sem ser cemeado
Foi meu amor Que me dise assim Que a flor do campo é o alecrim  Foi meu amor Que me dise assim Que a flor do campo é o alecrim
Alecrim, Alecrim dorado Que naceu no campo Sem ser cemeado  Alecrim, Alecrim dorado  Que naceu no campo Sem ser cemeado.

BINGO MUSICAL

Capacidades a serem desenvolvidas:
- Participar das interações cotidianas em sala de aula escutando com atenção e compreensão.
Organização da turma
- Individual ou em duplas
Materiais
- Música, cartela, fichas com palavras.

Desenvolvimento
- Selecionar uma música e executá-la para a turma ouvir, distribuir cartelas e fichas com palavras selecionadas da música.
- Ao ouvir as palavras que estão nas fichas ir marcando na cartela. Vence o jogo quem preencher a cartela primeiro.

Exemplo:
Música - PIRULITO QUE BATE BATE

Pirulito que bate bate,
Pirulito que já bateu.
Quem gosta de mim e ela
E quem gosta dela sou eu.

- Palavras na cartela – BATE PIRULITO DELA GOSTA ELA EU

RPG
O RPG (Role Playing Game ou jogo de interpretação de papéis) pode ser definido como uma brincadeira de contar histórias que se realiza em grupos. No RPG os ouvintes ou jogadores participam da construção da narrativa por meio de opiniões e elaborando a fala de alguns personagens.

Introdução ao tema:
- Contar histórias é contar História?
- RPG é uma maneira de se contar histórias interativas. Ou seja, é um tipo de jogos cujo objetivo é a construção coletiva de narrativas orais. Narrar histórias é uma das mais antigas tradições da humanidade. A própria História começou assim.

1- Quais são os atores?
- O Narrador do jogo cria o cenário, elabora os objetivos e desafios e os propõe aos jogadores. Cada jogador cria, seguindo certas regras, o seu personagem e o interpreta.

2- Como se joga RPG?
- A história ou “aventura”, como são chamadas as histórias de RPG, normalmente contém um desafio: resgatar uma Princesa. O objetivo do jogo é vencer o desafio proposto pelo narrador no decorrer da história.

3- O que são o grupo de RPG/ Jogadores?
- Para jogar os jogadores precisam cooperar entre si e isso é o grupo.
Um dos pressupostos teóricos seriam a utilização do lúdico no ensino, contação de histórias como instrumento lúdico, Múltiplas tramas de uma história, liberdade criativa ao aluno, indivíduo é sujeito da história, alteridade.

4- Possibilidades de uso do RPG como instrumento facilitador da aprendizagem.
Resolução de situações-problema;
Aplicação de conceitos em situações práticas do dia-a-dia;
interdisciplinaridade;
expressão oral; expressão corporal;
preocupação e respeito ao outro;
cooperação;
trabalho em grupo e aprendizagem cooperativa;
trabalhar em grupo;
desenvolvimento da empatia histórica;
lidar com a norma culta;
refletir sobre o tempo histórico;
refletir sobre o ofício de historiador e escritor;
E muitas e muitas outras...
Considerações finais
Alfabetizar utilizando jogos e brincadeiras é uma boa maneira de proporcionar uma aprendizagem significativa. Além disso, o prazer de aprender pode ser uma chave para o desenvolvimento da autoconfiança. Perder o medo e o sentimento de incapacidade é o primeiro passo para ousar e intervir na sociedade de modo mais autônomo. Entrar no mundo da leitura e escrita, fazer descobertas a partir de jogos, parlendas e brincadeiras é muito mais prazeroso e desafiador e é com certeza mais motivador e interessante.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O que seria de nós sem essa tecnologia?

Pensar na vida corrida dos estudantes noturnos provoca uma reflexão:o que seria de nós sem o uso do computador? Através do computador podemos trocar idéias sobre as aulas no MSN, fazemos pesquisas no Google acadêmico, no Scielo, construímos gráficos e planilhas que nos ajudam a assimilar conceitos matemáticos e até postamos informações em blog.

Que vida difícil a dos estudantes noturnos!Temos que trabalhar o dia inteiro ou meio horário,estudar a noite e não temos tempo para quase nada. E como ser um estudante noturno sem o computador? Imaginem só!

Quando não temos tempo nem para ir à biblioteca, quem pode nos ajudar? Ele mesmo: o computador!Enviamos trabalho por e-mail aos professores e fazemos trabalhos que devem ser realizados em grupo sem precisar encontrar com os integrantes, pois trocamos informações por e-mail ou pelo MSN.

Antes de entrar para a faculdade, não dava importância ao uso dessa ferramenta tecnológica, tentei evitar em quanto pude, mas quando me dei de frente com vários trabalhos que deveriam ser digitados e enviados para o professor por e-mail ou quando precisei buscar informações e não tive por perto uma biblioteca, olhei para o lado e o que vi: o computador! Agora virou um vício, acredito que não só para mim, mas para todos os estudantes noturnos que possam ter o acesso a ele. Não posso deixar de observar que o livro é uma ferramenta importantíssima e que nos traz muito prazer. Mas, através do computador posso ter acesso a vários textos de diferentes autores ao mesmo tempo e o melhor de tudo é que nem temos data para devolver.

O importante é saber como fazer uso dessa ferramenta de forma positiva, pois nem tudo o que a gente encontra na internet é uma verdade absoluta, o que precisamos é usar nosso senso crítico e escolher informações que sejam de fontes verdadeiras, quer seja para as pesquisas acadêmicas ou para informações que buscamos para atualizar nossos conhecimentos sobre determinado assunto.

Paula Menezes

O mundo imaginário de Raquel e sua bolsa amarela

Qual criança nunca ter vontade de crescer logo? Tornar-se adulto para fazer o que quiser? Qual menina nunca teve vontade de ser menino? De saber escrever?

O livro a Bolsa Amarela é uma interessante história infantil que revela conflitos da personagem Raquel, uma menina cheia de vontades. A menina tenta contar suas vontades para as pessoas da sua família, mas não consegue porque ninguém lhe dá ouvidos. No desenrolar da história, ela encontra uma bolsa amarela, onde passa a guardar suas vontades para que ninguém possa ver. Esconde tudo o que considera importante e que ninguém pode ver dentro de sua bolsa amarela.

Em seu livro A bolsa Amarela, Lygia Bojunga expõe de forma divertida conflitos vividos durante a infância de crianças dos mais diversos meios sociais, como por exemplo, a vontade de ser adulto. As crianças acreditam que ser adulto é ter liberdade para fazer o que quiser, mas a história mostra conflitos vividos pela personagem Raquel que percebe que a vida de adulto não é tão perfeita assim.

No livro podemos encontrar também conflitos relacionados a gênero, onde a autora procura trabalhar de forma divertida essa questão. Uma das vontades de Raquel é ser um menino, pois ser menino para ela significa ter liberdade e liderança. A história mostra como Raquel sofre por ser menina, mas no decorrer da história a autora mostra de forma divertida que ser menina pode ser interessante também.

O livro possui uma bela ilustração e uma história muito interessante, com acontecimentos do dia a dia. Além disso, possui um rico vocabulário que pode ser trabalho em sala de aula.

Lygia Bojunga Nunes é uma escritora brasileira, que nasceu 1932 e cresceu numa fazenda. Aos oito anos de idade se tornou atriz e, no Rio de Janeiro uniu-se a uma companhia de teatro que viajava pelo interior do país. Durante suas viagens presenciou um grande analfabetismo e decidiu fundar uma escola. Em 1972 tornou escritora de livros e sua obra foi traduzida para várias línguas, entre as quais francês, alemão e o espanhol.

Paula Menezes

Referências:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lygia_Bojunga acessado em 02/11/09

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Resenha Livro infanto-juvenil

Humor e Ternura



Quais são suas memórias de infância? O livro “O Santinho”, de Luis Fernando Veríssimo parece ser a resposta a essa pergunta. Fica a impressão de que alguém, algum dia, fez esse questionamento a ele. E daí saiu essa obra.


O autor Luis Fernando Veríssimo tem o escrever correndo nas letras. Filho do grande Érico Veríssimo, conseguiu conquistar seu espaço. Iniciou no jornalismo e escreve obras para os mais diversos gostos. A aqui apresentada tem um toque leve e é uma leitura para todas as idades.


Divididas em pequenas histórias, como funciona realmente nossa memória: de forma fragmentada e desordenada, essa obra, conforme falou Ana Maria Machado na sua apresentação, emociona e faz rir. São casos leves e autênticos que podem ocorrer na vida de qualquer criança, mas que são contadas apenas de uma maneira: a do próprio protagonista e autor.


Esse livro é um importante instrumento para trabalhar nas salas de aula, por trazer assuntos tão recorrentes, de uma forma singela, sutil, mas bastante verdadeira.


Cada uma das crônicas traz uma temática diferente, geralmente envolvendo o ambiente escolar. Essas histórias sempre têm um final, senão inusitado, interessante e divertido, mostrando a perspicácia das crianças, disfarçadas de travessuras; como no “dois mais dois”, no qual o garoto se enche de argumentos, plausíveis, diga-se de passagem, para não precisar estudar a matemática.


Na crônica “A solução”, o autor foge um pouco da temática de sala de aula, amigos e família, e faz uma versão do conto “o lobo e o cordeiro”, de Esopo, adaptando-o para os dias atuais, no que se refere a questões de meio ambiente e política.


A primeira crônica é interessante por mostrar como as professoras das séries iniciais marcam a trajetória das pessoas. Nas palavras do autor, deixam “as cicatrizes”, mais do que os outros professores, como os do ginásio.


Os temas abordados são, portanto, bastante amplos. Vão desde a explicações de sexo à discussão sobre a população do Brasil. Assim, Luis Fernando Veríssimo traz uma coletânea de boas histórias. Infelizmente não é para qualquer um: só para os que são crianças ou que já foram um dia!


Suryam

Cronica

Auto crítica



Ao longo dos anos fui sendo elaborada e reelaborada: a cada tempo um novo progresso.


Para alguns, quanto maior, mais bonita eu sou. Outros acreditam que a prova da modernidade é a diminuição contínua do meu tamanho.


Mas não importa. De várias polegadas ou de poços centímetros, cada vez mais faço parte da vida das pessoas. No compacto espaço de bolsas e pastas, impeço uma conversa no ônibus, ou um olhar pela janela. Na família, eu sou o membro principal, cada vez maior e em local mais central. Não existe mais jantar à mesa. Agora, com prato no colo, todos se reúnem, mas para me ver. Ou cada um vai para seu canto, para seu quarto, para me ver.


Mas, e as conseqüências? Antes, quando eu não existia, o ator principal era outro: o livro. Nessa época, tão longínqua, as coisas eram mais difíceis. A imagem não estava dada, era papel do leitor imaginá-la, criá-la, construí-la. O leitor não era mero coadjuvante (espectador) nessa relação.

Com a minha chegada, não há mais trabalho, as pessoas sentam-se, assistem, levantam-se, esquecem.


O efeito disso para as futuras gerações podem não ser facilmente visíveis, mas são determinantes. Se o livro ajudava na formação de sujeitos imaginativos, críticos, participantes, eu colaboro para que os indivíduos sejam mais acomodados e menos reflexivos.



Suryam

Acordo Ortográfico em quadrinhos




Esse material é ótimo para trabalharmos com nossos alunos. O que acham?

Beijos,
Ana Paula Corrêa

Recomendações de charges

Oi pessoal, tudo bem?

Estou postando alguns links de charges que gostei!

Um abraço,

Ana Paula Corrêa Pinheiro

Obs. Todos os links foram retirados do site: http://charges.uol.com.br/


Analfabeto canta

http://charges.uol.com.br/2004/12/02/analfabeto-canta-pra-aprender-a-ler/


Cotidiano – Aula de português

http://charges.uol.com.br/2009/01/07/cotidiano-aula-de-portugues/


Professoras cantam

http://charges.uol.com.br/2004/10/04/classicos-professoras-cantam-asereje/


Formado e desempregado canta

http://charges.uol.com.br/2003/12/05/formado-e-desempregado-deixa-disso/

Os livros merecem espaço...

Outro dia, navegando na Internet sem direção e sem rumo certo, parei e pensei, o que estou fazendo? O que realmente estou procurando? Decidi então desligar o computador, e o fiz. Pensei novamente, o que faço agora? Automaticamente já ia caminhando para frente da televisão, que a propósito é um habito recorrente nos lares brasileiros, quando de repente parei, olhei para a estante e vi que o último livro que tinha comprado, ainda não havia sido lido. O grande Mentecapto... Pensei, por que não? Comecei a ler e não parei (minto, parei sim! Mas, foi mais por obrigação do que por vontade). Bem, é sobre esta invenção antiga, que me propus a falar (ou melhor, escrever) hoje. Concordo com uma frase tornada popular por meio de propaganda “quem lê viaja”, apesar de parecer démodé para alguns, é o que eu sinto quando começo a ler, é como se fosse para uma dimensão paralela, onde assisto de camarote a história passar...



Porém, em tempos de Iphones, Ipods, Mp´s, Notebooks, onde as informações tornam-se portáteis, a rapidez e agilidade viram necessidade, mania, quase não encontramos tempo para ler... Claro, a tecnologia tem seu lado bom, pois te permite conhecer e explorar diversas informações com facilidade. E-mails viram portadores de textos, notícias, informações (nem sempre valiosas, cabe ressaltar). E é isso que a moçada quer e gosta. Gosto de tecnologia também, quem não gosta? Mas hoje, me proponho a fazer uma propaganda sobre o habito de leitura e os livros, que são uma tecnologia antiga, mas que até hoje (ainda bem!) resistem, perpassam os séculos.


Os livros, apesar serem uma invenção antiga, são novos, atuais, e trazem informações, que também são portáteis, tão boas (melhores muitas vezes) quanto qualquer aparelho High Tec. Claro, não estou me desfazendo de nenhum das tecnologias de ponta, elas têm seu lugar, assim como os livros deviriam ter também o seu. Penso, que se pelo menos ás vezes, ao invés de levar para uma viagem, ou quando se espera por atendimento nas demoradas e intermináveis filas, os aparelhos com jogos, música, Internet, que estão se tornando comuns nos dias de hoje, as pessoas experimentassem carregar consigo um livro, e fazer uso do mesmo nesses momentos, seria instrutivo e prazeroso. Ter ambos na bolsa, em mãos, em respeito aos homens, mesclado de modo sensato seus usos.


Essa tecnologia antiga, existente mesmo antes do advento da imprensa, foi se tornando cada vez mais accessível, prática e também portátil, em versões de bolso, com ou sem ilustração, de material reciclado...


Não tem desculpa para não carregar um livro, é só começar com um fininho, ou de versão de bolso, até o gosto pela leitura se acentuar. E então, quando isso acontecer, o tamanho do livro já não irá mais importar, e sua leitura não será feita só em momentos de espera, ganhará espaço e tempo para sua leitura. Então poderei dizer que as novas tecnologias e esta velha nova tecnologia que são os livros estarão de fato ocupando seus lugares de uso e merecimento.

Autora: Liliane Barcelos


Leitura de Imagens

A imagem sempre foi um elemento de grande importância para o ser humano. Desde os tempos mais remotos o Homem fazia seus desenhos e pinturas rupestres nas paredes de cavernas ou em qualquer lugar que pudesse deixar sua marca. Depois vem às pinturas em telas, madeiras, tetos das igrejas, etc. Mais tarde a imagem surge de uma câmara escura, é o surgimento da fotografia que a cada dia se populariza com a foto digital.



A imagem ocupa um espaço privilegiado na sociedade atual, o qual se amplia cada vez mais devido ás novas tecnologias que possibilitam a interferência cada vez maior nas artes visuais e que as disseminam com muito mais rapidez. A cada instante somos bombardeados por imagens da televisão, do computador, das revistas, dos jornais, das propagandas, do cinema, etc.


Apesar de vivermos em um contexto no qual a arte visual ocupa grande espaço no nosso cotidiano, a imagem ainda ocupa um espaço secundário no processo de ensino-aprendizagem. Ela é utilizada para ilustrar os livros, para exemplificar alguma situação, mas é pouco utilizada como um material didático em si mesmo. Diante dessa situação cabe aos professores inserir a imagem como elemento importante e que pode ser estudado em sala de aula. Para muitos estudiosos a imagem faz parte da nossa essência. Segundo Alberto Manguel:


“... para aqueles que podem ver, a existência se passa em um rolo de imagens que se desdobram continuamente, imagens capturadas pela visão e realçadas e modeladas pelos outros sentidos, imagens cujo significado (ou suposição de significado) varia constantemente, configurando uma linguagem feita de imagens traduzidas em palavras e de palavras traduzidas em imagem, por meio das quais tentamos abarcar e compreender nossa própria existência. As imagens que formam nosso mundo são símbolos, sinais, mensagens e alegorias. Ou talvez sejam apenas presenças vazias que completamos com nosso desejo, experiência, questionamento e remorso. Qualquer que seja o caso, as imagens, assim como as palavras, são a matéria de que somos feitos.” (Manguel, 2001, p. 21)



 
É indiscutível que a imagem visual faz parte da nossa vida, mas para que possamos estudá-la, ver não é o bastante, precisamos observá-la, analisá-la, entendê-la. Segundo Garcez e Oliveira (1999), para entendermos uma imagem, uma arte, precisamos desenvolver algumas habilidades que são:


• A observação: observar é uma habilidade que depende de olhar com interesse dirigido, examinar minuciosamente, focalizar a atenção, concentrar o pensamento e os sentidos com vontade de ver, de aprender, de perceber os detalhes significativos. É como usar uma lente de aumento sobre algum objeto;


• A memorização: a memória visual é a capacidade de registrar com certa precisão aquilo que foi observado, de forma que, passado algum tempo, seja possível relembrar o que foi visto;


• Análise e síntese: analisar é desenvolver e aprofundar a observação. De uma percepção mais geral, o analista segue para a decomposição das partes do objeto observado. Para isso utiliza-se de um método apropriado a cada objetivo. O método é uma espécie de roteiro a ser seguido na análise dos elementos que compõem o objeto;


• Orientação espacial e sentido de dimensão: para utilizar essa orientação espacial tão necessária você precisa observar os espaços, memorizar direções e posições relativas a outras, bem como fixar pontos de referência para facilitar a localização. O sentido de dimensão é a capacidade de avaliar a olho nu as dimensões dos espaços, das construções, dos objetos, e de confrontá-los, considerando as suas proporções .



 
O trabalho em sala de aula deve privilegiar o desenvolvimento do olhar crítico, observação, análise e compreensão das imagens. A leitura de imagens pode ser um ponto de partida para o desenvolvimento de um aluno que seja capaz de ver, observar, analisar e criar seu próprio discurso a respeito de tudo o que lhe for oferecido. Para demonstrar um pouco do que entendemos sobre trabalho com imagens criamos três oficinas
para trabalhar com alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental, utilizando diferentes recursos: quadros (imagens de pintores); propagandas e livros de literatura que podem ser trabalhados objetivando, por exemplo, o trabalho com a linguagem oral, a linguagem escrita e, inclusive, a arte. Acreditamos, então, que, a partir da leitura de imagens, levando em conta objetivos bem definidos e o contexto onde estão inseridos os sujeitos, é possível tornar a aprendizagem mais eficaz.







Referências Bibliográficas:


MANGUEL, Alberto. Lendo imagens: uma história de amor e ódio. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.


GARCEZ, Lucília; OLIVEIRA, Jô. Explicando a arte: uma iniciação para entender e apreciar as artes visuais. Ediouro, 1999.


 


Sugestões de atividades:





Oficina 1 – Pinturas






Esta atividade poder ser trabalhada em todos os ciclos da Educação Básica, deste que o professor faça as devidas adequações às diferentes faixas etárias.






Materiais






• Reprodução colorida das obras de artes com as quais se pretende trabalhar (O material deve ser preparado juntamente com os alunos, pois serão eles que determinaram quais pintores e obras gostariam de conhecer);






• Folhas de oficio;






• Lápis de cor, giz de cera, canetinhas;






Seria interessante que as reproduções das obras, fossem emplastificadas para que os alunos manipulassem com maior liberdade o material, este procedimento garantiria a durabilidade do mesmo, principalmente quando utilizado com alunos de Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental.






Pondo em prática






1) O professor organizará a turma em pequenos grupos, contendo no máximo cinco alunos. Entregará a cada aluno uma reprodução de uma obra de arte.


2) Os alunos serão orientados a observarem as reproduções durante alguns minutos. Após a observação, o professor os convidará a fazer uma breve descrição da obra, apontar os pontos de semelhança entre elas (cor, elementos, tema);


3) O professor recolherá as reproduções e entregará a cada aluno uma folha de ofício, orientando-os a desenharem nesta folha a obra que estavam observando.


4) Terminado o desenho, os alunos deverão colorir apenas o elemento que mais lhes chamou atenção na obra.


5) Os desenhos serão socializados em roda de conversar, na qual o aluno terá oportunidade de expor o seu desenho e explicar a escolha do elemento que foi colorido no seu desenho.






O objetivo desta atividade é trabalhar a capacidade de observação do aluno, sendo que esta é uma das habilidades apontada por Jô Oliveira e Lucília Garcez no texto “Explicando a arte: uma iniciação para entender e apreciar as artes visuais” como essencial para o trabalho com leitura de imagens.






Oficina 2 – Propagandas






Esta atividade é um pouco mais complexa, e por isso deve ser feita com alunos do 5º ano (5/9) do ensino fundamental.






Material:


• 16 Recortes de propagandas de produtos que são conhecidos pelos alunos


• 15 pedaços pequenos de papel branco


É importante deixar que apenas a imagem apareça, por isso o professor deve esconder (os pedaços de papel serão utilizados para isso) qualquer tipo de texto escrito que dê a entender a intenção (explicitamente) da mesma.






Pondo em prática:


O professor deverá explicar que se trata de fazer uma análise de propagandas, e para que fique bem explicado deverá escolher uma das imagens e analisá-la junto aos alunos considerando os seguintes aspectos:






• O público alvo


• As entrelinhas (a mensagem passada, o que quis dizer e/ou significa)


• Transformar o contexto da imagem (sua intenção) em um texto escrito ou em um texto oral (narrativo ou descritivo) para ser divulgado em outras mídias sem a utilização da imagem, como, por exemplo, as rádios.






Separe a turma em grupo de cinco ou seis alunos, dependendo do tamanho da turma. Entregue três propagandas para cada grupo. O professor poderá optar por escolher ente escrever no quadro quais os aspectos a serão analisados, ou então, entregar aos grupo as instruções de análise em uma folha separada.


Os alunos deverão escolher, dentre as três propagandas recebidas, apenas um para analisar considerando os seguintes aspectos:






1. Verificar qual é o público alvo desta propaganda.


2. Qual é a mensagem que pretende passar, as “entrelinhas” (o que quis dizer e/ou significa).


3. Transformar o contexto da imagem (sua intenção) em um texto escrito ou em um texto oral (narrativo ou descritivo) para ser divulgado em outras mídias sem a utilização da imagem, como, por exemplo, as rádios.






Fazer esse tipo de análise nem sempre é fácil, por isso o professor deverá passar de grupo em grupo tirando as dúvidas e ajudando quando houver qualquer dificuldade por parte dos alunos.










Oficina 3 – Literatura


Essa atividade pode ser feita na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental.


Material:


• Diversos livros com imagens (para otimizar a atividade seria interessante livros apenas com imagens)


• Papel


• Lápis de escrever






Pondo em prática:


O professor deverá dispor os livros num local de fácil acesso para as crianças escolherem livremente um livro (Sugere-se uma caixa ou mala enfeitadas). Atividade poderá ser feita em pequenos grupos ou individualmente. Após a escolha, os/as alunos/as farão:


1) A leitura do livro escolhido (individual ou coletiva);


2) Um trabalho de interpretação oral do livro;


3) Uma encenação ou a exposição da história para os demais colegas;


4) Por fim, a escrita de um parágrafo-resumo da história lida, como um registro escrito da atividade (individual ou coletivo).






Capacidades e habilidades envolvidas nas oficinas

Essas oficinas perpassam temas como a oralidade, a leitura e a escrita, tendo como objetivo trabalhar as seguintes capacidades, conhecimentos e atitudes:






Eixo: oralidade


1) Escutar com atenção e compreensão;


2) Respeitar a diversidade das formas de expressão oral manifestas por colegas;


3) Usar a língua falada em diferentes situações escolares, buscando empregar a variedade lingüística adequada;


4) Planejar a fala em situações formais.






Eixo: leitura


1) Identificar finalidades e funções da leitura, em função do reconhecimento do suporte, do gênero e da contextualização do texto;


2) Antecipar conteúdos de textos a serem lidos em do seu suporte, seu gênero e sua contextualização;


3) Buscar pistas textuais, intertextuais e contextuais para ler nas entrelinhas (fazer inferências), ampliando a compreensão;


4) Levantar e confirmar hipóteses relativas ao conteúdo do texto que está sendo lido.






Eixo: escrita


1) Dispor, ordenar e organizar o próprio texto de acordo com as convenções gráficas apropriadas;


2) Escrever segundo o princípio alfabético e as regras ortográficas;


3) Planejar a escrita do texto considerando o tem central e seus desdobramentos;


4) Organizar os próprios textos segundo os padrões de composição usuais na sociedade.

Oficinas criadas pelas alunas: Aline Alves, Aline Moreira, Lilianne Barcelos e Simone Alves.